25 dezembro, 2009

2010

Até 2010!

22 dezembro, 2009

Entrevista...

... pra quem gosta de ler e escrever.

Read. Write. Run.

Viajar e Anotar. - na minha opinião, sempre!

Boa a entrevista que a escritora (em comecinho de carreira) Cecilia Giannetti deu.
Leia aqui

Mais uma da turma dos Amores Expressos.

Ela foi pra Berlim. O blog dela de viagem é bacana também. É esse.


P S - Berlim é mesmo silenciosa.

21 dezembro, 2009

frases de buteco...

Adoro buteco.

Acho mesmo que é um dos melhores costumes brasileiros. O buteco na esquina. A mesinha na calçada. A cerveja gelada de garrafa. O copinho americano. Uma porção de pasteizinhos.

Ahhh... e as frases rabiscadas na porta dos banheiros sujos...



"Homem é igual a caixa de isopor: é só encher de cerveja que você leva pra qualquer lugar."


"Nas horas difíceis da vida você deve levantar a
cabeça, estufar o peito, olhar adiante e dizer de boca cheia:
- Agora fodeu...!!!!"



"-Queria ser pobre um dia na vida...
Porque ser todo dia é foda!!"


"Eu bebo pouco, mas o pouco que bebo me transforma em outra pessoa, e essa outra pessoa sim, bebe pra cacete"


"A pretinha mais feliz do mundo é a jabuticaba, que nasce agarrada no pau e morre sendo chupada..."


"Devo tanto que, se eu chamar minha mulher de bem, o banco toma!"


"Estudos comprovam que a posição sexual que os
casais mais usam é a de cachorrinho :
o marido senta e implora...
a mulher rola e finge de morta...


"Aprenda uma coisa: o mundo não gira em torno de você.... Só quando você bebe demais."


"Eu bebo pra ficar ruim mesmo, porque se fosse pra ficar bom eu tomava remédio!"

Alguém lembra de mais frases de buteco??

19 dezembro, 2009

A preparação...

Sábado. 11 hs em pé. Dia lindo, de Sol.

Trânsito na Marginal Tietê.

Destino: Dacathlon. Uma loja de esportes gigante, que vc já faz esporte só em percorre-la.

Juro, se existe uma coisa que eu faço muito pouco é "comprar coisas pra viajar" ( a não ser cosméticos... mas isso é tipo um vício, assunto pra outro post). Mas dessa vez não teve jeito.

Contas do dia: Cheguei em casa com uma mochila de 50 litros, leve e que "te abraça" na caminhada (palavras do vendedor).

- Mas meu deus! Não cabe nada aí dentro moço!

- Acredite, depois de dois dias caminhando, você vai me agradecer por não ter cabido.

A mochila tem tanta alça em volta da gente que parece mesmo que ela é uma extenção do corpo.

Um isolante térmico para saco de dormir. É uma esteira de borracha. Eu falei que não precisava. Todos olharam pra minha cara como se eu tivesse falado que não precisava de água.

- É indispensável!!!

- Ok, ok. Quem sou eu pra negar

Na verdade, comecei a achar que tinha um monte de coisas indispensáveis para quem caminha, e, as que eu julgava indispensáveis (como roupa e hidratante) são completamente dispensáveis.

Mochila, isolante térmico, tenis para caminhar em terrenos difíceis, uma calça que pesa menos que uma pluma e esquenta mais que um cobertor, capa de chuva pra mochila (pra mochila?),
Artigos novos pra mim. E foi gostoso fazer esse momento preparação.

Mas aí começou...

- Você precisa de um apito caso se perca do grupo, um cobertor térmico xpto, uma lamparina, um cantil...
(tudo caro... que hippie que nada!)

- Moço, eu to economizando! Até por isso eu to indo acampar... com todo esse gasto eu ficava num resort!

Quando ele viu que não ia mesmo me convencer a levar todos os utensílios absolutamente indispensáveis pra caminhar pelo Uruguai...:

- Você não viu o caso do rapaz que fazia trecking na África?

- Não...

- Ele estava andando com um guia. Mas ele resolveu ir ver um lugar mais pra lá, e se perdeu... Não conseguiu achar o caminho de volta. Teve que dormir no meio da floresta. No dia seguinte encontraram ele morto. Morreu de hipotermia. Isso tudo porque ele não levou o cobertor térmico de 14 reais. Essa economia custou a vida dele!

- ...

- Você tem certeza que não vai levar o cobertor térmico, só 14 reais?

- Brigada moço, não quero. Não se preocupa. Estarei junto com mais 30 pessoas. Vai ser bem difícil eu me perder... Brigada.


E eu que achei que só vendedora de roupa feminina usava o truque de pegar pelo psicológico:

"Menina, se eu fosse você, nunca deixaria de levar essa calça! Tá te deixando magérrima!!
Esse corte que diminui a bunda... olha, muito difícil encontrar outro! Com essas coisas não se economiza"

18 dezembro, 2009

Chuí ( o ponto final de partida)

Uma das peculiaridades de se fazer planos... é que a qualquer momento. Da noite pro dia... a vida pode Puf, transformar nossos planos em pó. Em um minuto.

Mas o incrível dessa mesma vida... é que com a mesma velocidade, e com a mesma surpresa, ela pode colocar na nossa frente coisas que nunca imaginaríamos...

Simples ou complexas.

Foi assim com o meu Reveillon.

Eu tinha feito planos de reveillon na minha cabeça. E queria dividí-los. Meu reveillon não estava propriamente planejado. Mas eu sabia como e com quem eu queria passar "a virada".

Pois bem. A vida fez Puf. E em um minuto, esses planos não existiam mais. Na verdade, não existiam planos nenhum. Existia apenas uma data. 31 de Dezembro de 2009. E muita indiferença por minha parte. Indiferença e dor.

Mas eis que de repente, a vida coloca na minha frente o Chuí. É o Chuí. O ponto mais extremo Sul do Brasil. O extremo.

Quando? Quando nessa vida eu imaginei que eu fosse algum dia parar no Chuí? Ainda mais no Natal??? Dia 25!!!

A vida é muito engraçada mesmo.


E o Reveillon. Bom... vou passar a semana de reveillon caminhando. É, caminhando!


Tudo começou com minha carinha triste.

Estava há meia hora olhando pro café preto... eis que minha irmã (tbm conhecida como minha anjinha da guarda). Fala:

- Tem uma viagem que é a sua cara! Voce devia ir.

Encurtando a história é o seguinte:

A irmã da amiga da minha irmã tem um grupo super hype que caminha. A amiga da minha irmã falou que a amiga da amiga da minha irmã ia nessa viagem. E que a irmã dessa amiga da minha irmã também ia, e que todas elas me adoram... e que eu tbm sou "desse tipo" que gosta de mato.

Como tudo que eu tenho de desequilibrada, eu tenho também de cara de pau, liguei pra irmã da amiga da minha irmã:

- Oi, soube que vocês vão caminhar na praia. E acampar no mato. Posso ir também?

- Lógico! A gente ia adorar.


Pois bem. Dia 25 de Dezembro, às 20h30, desembarco no Chuí.

Latitude -33° 41' 28'' Longitude 53° 27' 24. Última cidade ao sul do Brasil.

E esse é só o ponto de partida!

Resolvi mesmo colocar uma mochila, uma barraca e um saco de dormir nas costas, me juntar à 30 desconhecidos, e duas meninas que são amigas da amiga da minha irmã
e fazer, mais ou menos, esse trajeto pelo Uruguai. Todo ele andando:

Sairemos na crescente, Lua Cheia dia 31 de Dezembro, a famosa Lua Azul, pois é a segunda cheia do mês.

Primeiro dia 27/12 : La Coronilla - Parque Nacional de Santa Teresa - aprox 15 Km

Chegaremos em La Coronilla de manhã, a maré vai estar secando. Umas 11:30 ela estará totalmente seca, a essas horas já vamos ter completado nosso primeiro trecho curtindo o Parque Nacional de Santa Teresa, que é um grande parque estabelecido ao redor de um forte datado de 1763. Podermos fazer nosso lanche e descansar sob os jardins de pinheiros, palmeiras, eucaliptos e acácias formados pelo homem ao longo da história de ocupação.







Ao anoitecer, podemos caminhar mais 5 km até a Punta del Diablo e lá descançar. É possível que pela manhã estejamos no meio de uma paisagem cheia de Leões Marinhos, bastante comuns nesta época do verão. ( Leões Marinhosssssss!!!!!!!!!!!!!! Será????)

Saíremos no final do dia. rumo praia de Angostura, aprox 15 km.

Do parque até Angostura, vamos estar acompanhados por uma grande lagoa, chegando lá, talvez o final dela seja um bom lugar para acampar, isso só lá vamos saber... Lá acordaremos no dia 29.

Agora faltam 20 km até Valizas, talvez o pico do Reveilon. Podemos fazer 10 km no dia 29 e 10 km no dia 30, vai saber??? o Fato é que Valizas começa em Aguas Dulces, o local com casa de artistas, antigos rippies...
Agora é só esperar o Por do Sol da lua Azul e comemorar o Reveilon. "Flores, flores, flores"...

Depois, quando acharmos que é a hora, mais duas horas de caminhada e estamos em Cabo Polonio:

Cabo Polonio é um lugar único localizado no Km. 264,5 da Rota 10 no departamento de Rocha. O que o caracteriza é que se pode chegar só caminhando, a cavalo ou em veículos 4x4 habilitados par tal fim. Uma vez ali, tem-se a sensação de estar apartado do mundo, perde-se rápido a noção do tempo...

Em Cabo Polonio não há energia elétrica, o tendido de cabos que se vê no caminho é a que alimenta ao Farol e todas suas instalações.
É um lugar que se percorre muito bem caminhando. Se começamos uma caminhada por exemplo desde a praia da Caveira ou Norte e rodeamos O Cabo, vemos as barcas dos pescadores, o Farol, toda a ponta de rochas, cheias ( sobretudo a partir de dezembro), de lobos marinhos. Seguimos admirando um bellisimo paisagem de alcantilados e casas desparramadas pelo lugar e chegamos à praia Sur onde nunca um entardecer tanto faz a outro.

As noites são incríveis, se chegam em tempo de lua nova quando olhem ao céu não vão poder crer que existam tantas estrelas, esta assegurado ver mas de uma estrela fugaz, nada detém o correr de nossa vista, para todos lados temos horizonte.



Juro, estou empolgada com toda essa preparação.
Com um medinho tbm... confesso. O que deixa tudo ainda mais excitante.
Não tenho certeza de que tenho fôlego pra caminhar isso tudo. Mas isso eu não falei pra ninguém.

Mas estou esperançosa depois dos 31 minutos.

É isso. Uma aventura inesperada. Uma virada de ano inesperada. Para um ano que eu tbm não esperava...
Dizem que caminhar faz a gente pensar na vida. E que coisas novas, costumam ser boas para dor.

E que quando a gente tem preocupações básicas, como dor no pé, mosquitos, calor, frio, ter que chegar, etc... as outras costumam desaparecer.

Eu assino em baixo. E que 2010 seja repleto de surpresas inesperadas. (mas das boas, vai....)

Um brinde!

17 dezembro, 2009

Sobre sujeitos e insetos

"Se toda a humanidade desaparecesse, o mundo voltaria ao rico estado de equilíbrio que existia há 10 mil anos. Se os insetos desaparecessem, o ambiente iria do colapso ao caos."

Quem disse isso foi Edward O. Wilson, porfessor de entomologia de Harvard

16 dezembro, 2009

Uma piadinha sobre mim mesma...

Eu contei nesse post aqui que roubaram meu carro. Roubaram quando eu apreciava uma cerveja na Vila Madalena.

Agora é hora de eu dar um pouco de risada da minha própria cara...


Me ligam da polícia: "Aqui é o Sargento Andrade. A senhora é dona do Palio?"

"Sou."

"Achamos o carro da senhora. Ele se encontra no 14º DP"


Acharam meu carro!


Na hora pensei... putz... mas em que estado?

Bom, ele tava no seguro, ?
E quando eu já estava até gostando da idéia de extorquir do seguro (pegar de volta, no caso) mais dinheiro do que meu carro realmente vale...

Mas o seguro não ia deixar barato (barato $$). Eles vão até o inferno atrás do carro. Encontram nem que seja só o pára-choque.
Se o Bin Laden estivesse no seguro, garanto que achavam ele em três dias!



Às 19 horas estava no 14º DP.
Meu carro estava no pátio. Aparentemente inteiro.

O delegado. Bem vestido, com uma gravata vermelha, cara séria porém tranquila, sempre com um ar de "estou muito ocupado ajudando a humanidade" se aproxima de mim.

"A senhora pode vistoriar seu carro, para ver se não levaram nada"

Sim! Os CD's estavam lá! Os presentes gravados.
Milágrimas estava lá!
... hummm... meu rádio estava lá...
meu estepe estava lá....
... aparentemente não tinha nada fora do lugar...

"Não tem nada faltando, senhora?"

"Não..."

"Esse amassado atrás...?"

"Sim, já estava no carro."

"Ok, a senhora pode assinar aqui."

"Por acaso... onde acharam o carro?"

"No bairro da Vila Madalena"

( Aqui acaba a piadinha sobre mim mesma...)


Sim! Acharam meu carro a um quarteirão de onde haviam roubado.

E... a não ser que o ladrão do meu carro o tenha levado apenas para dar um passeio, e teve a delicadeza de devolver no mesmo lugar...

Tá! Já entendi!
O delegado deve ter entendido também, mas não falou nada!
O policial que achou o carro, com o endereço do "local do crime" na mão, também deve ter entendido.


De toda forma... quero deixar aqui registrado. A Vila Madalena é o local mais seguro do mundo para se estacionar um carro. O meu ficou lá durante três dias e está inteirinho.





P S - Sim... eu tenho uma cabeçona gigante.


P S tardio - Eu não tava bebada!!! Mesmo! Pra falar a verdade, eu tinha tomado bem pouca cerveja.

14 dezembro, 2009

Sobre o acender da luz

Conforme post abaixo...:
Decidi acender mesmo a luz. Usando o Magritte novamente.





A imagem que tava antes


é do Magritte tbm.


E chama "A condição humana". Sempre achei que ela tem tudo a ver com o meu blog. (não pelo título) Mas por ela criar um mundo que esconde um mundo, que na verdade é, mesmo, o próprio mundo.


O Magritte é, e sempre foi, um dos meus pintores favoritos (ou o favorito?)


Ele é menos conhecido no movimento Surrealista. O Salvador Dalí é mais. Gosto tbm. Mas o Magritte!!

Esse quadro aí em cima (meu novo cabeçalho) eu vi pela primeira vez no MoMa.
(Estava atrás do Magritte sim, confesso.)

E essa imagem me apaixonou instantâneamente. Não sei se pelo frisson de estar pela primeira vez diante de um Magritte original. Mas acho que não... nunca fui disso. Na verdade confesso que, como uma apaixonada pelas letras. Literatura, Poesia. Sempre deixei a arte pictórica em segundo plano.


Mas esse Magritte me enfeitiçou. Como tudo dele.


Esse quadro é de uma beleza... de uma técnica! Parece que essa luz está mesmo acesa. Ela chegou a incomodar meu olho enquanto olhava pra ela.

Acender a Luz

Resolvi acender a luz.

Acendi a luz do meu blog... porque ele estava escuro. Escuro como eu estou.

Não gosto de estar escura. Mas estou. E esse fim de semana foi ainda mais escuro.

Talvez fosse até engraçado se, pra mim, não fosse trágico.


Meu mundo estava escuro já fazia um mês.

Escuro e dolorido... com Mil Lágrimas

Resolvi portanto, imaginei eu inspirada pela letra da Alice Ruiz, me livrar de grande parte do meu cabelo.

Descobri, já no cabeleireiro, que não fui nada original, nem eu nem Alice. Claramente o cabeleireiro quis saber o motivo de tamanha ousadia... livrar-me assim dos meus lindos cachos dourados.

Falei que precisava de uma renovada... pois tinha passado por grande desilusão.

"Um clichê isso. Muitas mulheres vem aqui pelo mesmo motivo".

Não fiquei brava com ele. Bem da verdade, ele tampouco usou a palavra "clichê"... mas deu mesmo a entender que era isso. Fiquei até aliviada... imaginando que minha solução pudesse ter sido quase instintiva.

PARÊNTESES SOBRE OS CACHOS

Tenho cabelos cacheados e compridos há muitos anos. A verdade é que eu nunca gostei realmente do meu cabelo... mas tbm nunca tinha cortado curto. a não ser uma única vez, em Julho de 2008. Porque meu namorado ( na época) gostava de cabelos curtos. Bom... tinha cortado pra ele, não pra mim... Então, de certa forma, essa foi a primeira vez que cortei meus cabelos curtos, por pura ousadia. E melancolia.

Pois bem... voltava pra casa de carro, ouvindo Milágrimas e ansiosa por chegar logo o momento daquele corte começar a ter os efeitos benéficos pretendidos na minha alma.

Como os efeitos não vieram... resolvi tomar uma cerveja... ( a boa e velha)

Chegando em casa... ( Ahhh, a vida e suas metáforas bregas). Estava escuro. Sim! Escuro! Sem luz mesmo. Sem luz na rua toda.

Maquiagem a luz de velas e fui.

Carro na rua, Vila Madalena. "Posso tomar conta dona?"

"Pode"

Duas horas de bar depois... instigada a ouvir um Rock pra continuar a noite mais animada...
Cadê o carro?

Nada do carro nem do Flanelinha.

Menos cabelos... menos um carro. Nenhum drama. Até me lembrar dos CD`s. Estavam todos lá. Milágrimas estava lá!!!

Foi-se o carro com as lembranças... as músicas... as que já me salvaram do afogamento tantas vezes... as que foram trilha sonora de outros afogamentos e de tantas gargalhadas sem motivo aparente.

Algumas dezenas de músicas que não se encontram em loja nenhuma... pelo menos não juntas. Algumas dezenas de músicas gravadas... presentes de tantos amigos.
Amigos que me conhecem mais do que eu... Amigos que me presentearam com letras e melodias escolhidas a dedo pra mim... Todas elas eram presentes... gravados.

Ok... Nada de apego.

PARÊNTESES SOBRE O APEGO

Nunca exerci o desapego. Nunca. Sempre fui apegada, carinhosa e sensível desde que me conheço por gente.

Não ligo. Mesmo. Já tentei ouvir as centenas de conselhos para exercer o desapego... de várias formas.

Não. Não consigo e to bem assim. Me apego mesmo. E sinto cada perda. foda-se. Não sei mudar. E não quero.



Pois bem... Voltava pra casa. E continuava escuro. Dentro e fora de mim. Sem luz ainda.
Ok, melhor pra dormir, não?

No domingo eu percebi que o escuro de até então era apenas penumbra.

No domingo não foi o cabelo, não foi o carro, não foi Milágrimas, não foram as músicas.
No domingo uma parte minha foi arrancada.

Uma parte minha... uma parte da minha vida... a parte pela qual eu continuo apaixonada. a parte que ainda amo. A parte que eu teimo em não ter desapego.

A dor é aguda e não passa.

Vai passar. Eu sei que vai. Mas, como ele bem disse, ficará a cicatriz. Pra sempre. E é ela que não vai parar de doer... eu sei que essa dor se instaurou em mim pra não ter volta. Ela só vai diminuir. Mas vai ficar marcada. A inauguração da dor. A inauguração de menos uma parte.

No domingo a escuridão aumentou. Meus olhos embaçaram. Minha respiração ficou difícil. E eu saquei que, essa luz, não vai acender nunca mais.

Essa escuridão, que é minha e mora dentro de mim, vai me acompanhar...

E porque, hoje, meu mundo tá escuro é que eu resolvi acender o blog.

Blog que desde o início foi escuro.

Vou acender porque, com a nova escuridão, algo em mim se acendeu também. Algo novo. Algo que ainda to tentando entender.

Isso apareceu hoje de manhã. Uma rusga de claridade. Bem pequena. Bem sutil. A claridade do amor que eu decidi não sufocar
(apesar de, e por causa da, bronca que eu levei no telefone. Um não bem grande e forte, um não sem argumentos, um não que me desmoronou... mas acendeu uma luzinha no dia seguinte)

Uma luz minha, vinda de um "não" que não era meu.

Inauguro essa luz hoje, acendendo o blog. E imaginando quanto tempo ela vai durar.

E por quanto tempo ela vai iluminar essa dor. Essa, que é a maior dor do mundo. Não mesmo porque seja uma dor maior do que qq outra. Mas porque é minha.

Minha dor. Minha maior dor de todas. Num fim de dia escuro. Uma dor que espera que o Sol nasça.

11 dezembro, 2009

Milágrimas

Eu acho que quase todo mundo tem uma trilha sonora pra própria vida.

Eu tenho. E tem algumas faixas que são especiais.

Tipo música salva-vida!

Essa em especial, é música pra dias de tristeza.
Sabe? Aquele dia que seu peito tá apertado... a respiração fica difícil... e as lágrimas escorrem nos momentos menos oportunos...

Essa é pra esses momentos. Tá lá. Sempre à mão. De vez em quando ela toca. E me toca.

Nesses últimos dias ela tem tocado bastante no meu carro. No meu computador. Na minha cabeça.

Milágrimas (escuta, vale a pena)

Em caso de dor, ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema, dê um sorriso. Ainda que amarelo
Esqueça seu cotovelo
Se amargo for já ter sido
Troque já este vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre

Em caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
Jogue para cima, faça cena
Cante as rimas de um poema

Sofra apenas, viva apenas

Sendo só fissura, ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura

Faça uma novena, reze um terço
Caia fora do contexto, invente seu endereço
A cada mil lágrimas sai um milagre

Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre
A cada milágrimas sai um milagre

A música é do Itamar Assumpção. E a letra é da Alice Ruiz. Uma bela poeta. Cheia de letras lindas. E versos gostosos.

31

Cheguei aos 31!!

Não, não. Não aos 31 anos... ainda não!

Aos 31 minutos!!! Superei a berreira dos 30!! 31 minutos de corrida

Próxima parada: 45 minutos.

To começando... começando... a sentir aquele bichinho que falam... uma coceirinha boa.

Uma sensação gostosa pós corrida. E uma vontadinha de correr mais!

EBA!


Alguém que corre a mais tempo pode me dar alguma dica?

08 dezembro, 2009

expectativas

A realidade é construída com fatos, não com expectativas.

As expectativas, por outro lado, são construídas com a mesma matéria-prima da imaginação.

05 dezembro, 2009

04 dezembro, 2009

Promessa é Dívida II - indo pra casa depois da cerveja

Como Promessa é Dívida , aqui vai mais uma historinha que eu gostei... lá da Alemanha.
Mais especificamente, de Munique.

Estive em Munique, região da Bavária, Alemanha. Adorei. Adorei muito. Estive lá na época da Oktoberfest. A festa mais importante para os Alemães. Já que eles tomam cerveja até no café da manhã.


O nome da cidade vem de monges mesmo. Sim, monges, aqueles padres gordinhos e de bochechas vermelhas... que vivem enclausurados e, por não terem muito o que fazer na clausura, inventaram a maravilhosa CERVEJA.

Não é a toa que Munique é a cidade mundial da cerveja


Mas isso foi um preâmbulo. A história é da Hofbräuhaus.



A Hofbräuhaus é uma das mais antigas e mais famosas cervejarias do mundo. Ela tem mais de 400 anos. Centenas de personagens de livro de história já encheram a cara lá.



A fachada da cervejaria ainda é conservada... ela é de pedra e na frente tem algumas colunas, daquelas maciças. As colunas eram usadas para amarrar os cavalos em séculos anteriores. Enquanto seus donos tomavam "uma gelada" (no casa da Alemanha, "uma temperatura ambiente")


O curioso é que em uma das colunas tinha uma muretinha. Olha:



Pra que serve esse murinho? Ora.


Imagine que você está em 1679, mais ou menos. Está usando aquelas roupas típicas bavárias... um bermudão de couro apertado com um suspensório. E sai da cervejaria depois de virar algumas (muitas) canecas de um litro de cerveja.

Como, catzo, você vai subir em um cavalo?

Talvez você nem reconheça mais o SEU cavalo.

Pois bem, esse murinho, que está aí até hoje, servia para que seus camaradas colocassem você em cima, bêbado.

Em cima do murinho, ficava mais fácil jogá-lo no lombo do seu cavalo. Daí eles davam uma chicotada no bicho. E rezavam para que ele cavalgasse até a sua coxia.


Isso mesmo. Esse murinho que hoje passa desapercebido na porta da Hofbrauhaus era muito importante para os bêbados de mil seiscentos e alguma coisa.

Era a diferença de você conseguir, ou não, subir no cavalo depois de encher a cara!!




Eu, por mim,não precisei do murinho. Pois saímos, eu a Kel e a Luiza, caminhando mesmo. Era bem mais seguro depois de algumas canecas como essa:


03 dezembro, 2009

Relâmpagos

Eu gosto de olhar relâmpagos no céu.


Aprendi com o meu avô.
Quando eu era menor, nós dois sentávamos na varanda do sítio, um pouco antes da tempestade. Olhávamos para o horizonte, excitados com os relâmpagos riscando o céu.

E era só começar a chover que ele corria para a piscina. Para desespero da minha avó, que sempre gritava:

"Ibanez, aqui no sítio não tem pára-raio!!" Não adiantava nada.



Nessa época ele me dava vários conselhos. Estranhos para alguns. Valiosíssimos pra mim.
Alguns deles envolviam fúrias naturais.
Ele dizia:

"Se um dia você estiver na praia e começar uma tempestade... lembre-se: você não pode ser o ponto mais alto.
Corra para o mar, afunde e fique só com o nariz para fora, assim ( e ele mostrava).
Mais nada, só o nariz. Assim você estará segura."

Ou

" Se um dia você estiver na praia, repare... o mar sempre recua antes de crescer em uma nova onda.
Se você perceber que o mar recuou, recuou, e está recuando demais... Corre! Mas corre muito. Porque a onda que irá vir você não vai querer enfrentar. Chama Tsunami."

Meu avô é simplesmente a pessoa mais incrível do mundo. E a pessoa que mais amo também.

Agora pouco começou uma tempestade. E eu corri pra ver. Na esperança de testemunhar algum relâmpago cortando o céu.

01 dezembro, 2009

Playboy

Fernanda Young na Playboy?

Quem diria? Logo ela, tão mau humorada e cheia de frescuras...



Pensando bem...

Uma roteirista na Playboy? Gosto.




Acho que tem mesmo que acabar com isso de atriz /modelo / manequim / cantora de axé.

Acho que tá na hora de escritoras, roteiristas, compositoras e intelectuais em geral saírem na Playboy, sim!

A próxima pode ser a filósofa sainha justa Márcia Tilburi...

Dá pra inaugurar mesmo uma nova leva de gostosas inteligentes / peladas!





PS - O "gosto" assaltei da Pri.

30 novembro, 2009

Cidadão Boilesen

A novidade dentro do velho!



Quando me convidaram para assistir "Cidadão Boilesen" eu pensei: Ah não, OUTRO filme sobre a ditadura no Brasil! ...Que priguiça...

Realmente o documentário de Chaim Litewski é "um outro filme sobre a ditadura no Brasil". Mas ele conseguiu um fato muito surpreendente. Ser fresco dentro da infinita filmografia brasileira com a temática da ditadura!

Primeiro pela deliciosamente leve ironia ácida do filme.
Bem sutil, reconheço. Mas uma visão extremamente e acidamente bem humorada do diretor.

Humorada no sentido crítico. E nada mais crítico do que o humor inteligente.

O filme já começa bem com a fantástica trilha sonora. E vai logo escancarado a brincadeira com opostos, que irá fazer durante todos os 93 minutos.

Mas o grande trunfo, sem dúvida, é a descoberta desse personagem. Um verdadeiro psicopata! Um psicopata europeu! Muito chic.
Mas um psicopata europeu tupiniquim. Um psicopata típico, que encontrou no doente sistema brasileiro um ambiente muito fértil para ele se desenvolver. E fazer uma roda de admiradores e de alvos. Como todo o psicopata que se preze.

A construção da identidade de Boilesen é uma delícia!

Isso sem falar na edição de texto. Uma arma infalível, e quase sempre bem utilizada, em documentários que guiam sua narrativa atravez de depoimentos.

A pesquisa de arquivo é inacreditável. E o modo como todas as referências foram usadas tbm. As locuções de telejornal... cara! É pra envergonhar mesmo a imprensa. O jornalismo... esse que se diz tão neutro. Pobre jornalismo... logo ele, que sempre se descreveu como o salvador da humanidade, ou melhor, mais do que da humanidade, da "democracia".
Malvadamente divertido. Ri-me por dentro. Manchetes impagáveis (tristes apenas por serem sérias, bem sérias)

O filme defende um lado, sem dúvida. A ditadura é sim uma história com "bem" e "mal". Entretanto usou de forma corajosa, e safadamente inteligente, os depoimentos do pessoal "do outro lado", "do lado do mau".
Do pessoal que achava que "não tinha nada demais". E de ex-militares, agentes do Dops, etc...

O filtro das fotos de época tbm foi uma boa sacada.

Muito, muito bacana!

Mas como um bom documentário... ele pode (e deve??) ser um pouco mais que entretenimento. Desmascarar, gerar espanto, curiosidade, descoberta, interesse, essas são algumas das boas coisas que um bom documentário pode fazer com as pessoas, de vez em quando.

E "Cidadão Boilesen" tocou em um assunto muito importante. Obviamente pouco comentado: a participação ativa da iniciativa privada na ditadura no país. Iniciativa privada lê-se empresas. Muitas das quais continuam aí. Muito bem, obrigada, vendendo coisas pra nós todos os dias.

O filme fala sobre como as empresas patrocinaram, injetaram dinheiro, para a manutenção da ordem. Como elas ajudaram a pagar a tortura.

Alguma novidade? Pode ser, não tinha visto se falar disso em nenhum outro lugar ( não que eu passe minhas tardes pesquisando o assunto... mas não tinha).

Alguma novidade? Claro que não. É óbvio que qualquer empresa estará financeiramente do lado que lhe interessa. E é claro que qualquer governo estará, financeiramente interessado, em ficar do lado dessas empresas.

A novidade é mesmo que Chaim Litewski contou essa história, muito bem contada. e atravez de um personagem que nasceu pronto.

Eu recomendo uma ida ao cinema essa semana... quem sabe na quarta?



PS - Só pra ninguém falar que eu to exagerando com OUTRO filme sobre a ditadura no Brasil. aqui vai uma listinha de alguns filmes com essa temática:

Ação Entre Amigos ( muito bom)
O que é isso, companheiro?
Lamarca
Para frente Brasil
Zuzu Angel
Feliz ano Velho
Hercules 56
Batismo de Sangue
Casseta e Planeta, A Taça do Mundo é Nossa
Crônica de Uma Fuga
Vlado 30 Anos Depois
Cabra Cega
Dois Córregos
O Ano que meus pais saíram de férias

29 novembro, 2009

Saudade

Saudades

27 novembro, 2009

Hoje

Hoje corri meus primeiros trinta minutos!


Tá bom... foram só vinte e oito minutos e meio...

mas é que eu não via a hora de poder postar isso!


Corri meia hora pela primeira vez!!



Ok... estou bem distante de qualquer 10km.... mas minhas pernas estão prestes a ficarem um pouco mais finas.

... assim espero


PS - É uma delícia o dia depois que a gente corre. Juro. Correr é sofrido. Mas depois é gostoso

25 novembro, 2009

Roubo na caruda

"O que chamamos de inspiração tem muito a ver com conseguir estranhar a vida por um instante - não mais reconhecê-la e, apavorado, ter de lidar com isso.

Escrevo porque a literatura é minha maneira de expressar esse estranhamento. Eu poderia guardá-lo, mas não consigo. "


Trecho roubado, na caruda, do Daniel Galera

Alma Imoral

Assisti ontem. A peça. "A Alma Imoral". To até agora tentando decidir o que eu achei.


Só pra resumir, a peça é um monólogo da atriz Clarice Niskier. Uma adaptação dela mesma do livro do rabino Nilton Bonder.


Bem... até aí tudo bem. O ponto alto, e inegável, é a força de Clarice no palco. Forte e leve. Nua e escancarada. Linda, linda.


Também não podemos negar que o texto (do Nilton) é muito bom. Na verdade, trechos de seu livro.


Agora... a palavra adaptação é que eu questiono. Clarice abre a peça como "ela mesma" (na verdade ela não deixa de ser "ela mesma" durante todo o espetáculo... um ela mesma muito bom, mas ela mesma) conversando com a platéia sobre os motivos que a levaram a montar esse texto. Bom começo, diga-se de passagem. Engraçado. Com ótimas tiradas. A partir daí... é que a palavra adaptação desaparece.


Clarice simplesmente faz uma leitura de passagens do livro do Nilton. Uma leitura dramática, é verdade. Com bons momentos de gestos e luz. Mas uma leitura.


Aí me pergunto... mas e daí que é somente uma leitura. Você iria ler o livro, por um acaso?

Não sei. Não sei tbm porque encrenquei com o fato de ser uma leitura pura e simples. Adoro ler pros outros também... acho contação de histórias uma delícia...


Também sempre, como roteirista e atriz, questionei qualquer que fosse o gesso: "tem que ter personagem", tem que ter ação dramática", "tem que ter..."

Por isso ainda não sei o que achei...


No começo da peça, a própria atriz nos avisa que ela quase desistiu do projeto justamente porque o texto não tinha ação dramática: "Como vou transportar isso pro teatro?" Ela diz.
E depois a própria diz que, se dentro dela tantos conflitos se criaram quando ela lia, então como assim não tem ação?

Foi um aviso? Ou uma intuição?

Ou ela falou isso pra mim, antevendo que eu ia encrencar...

Bom... No fim da peça podemos falar sobre o texto. E quase mais nada. A não ser o fato de que Clarice é uma ótima contadora de histórias.


Sobre o texto?

Achei interessante o fato de ter sido escrito por um rabino. O representante alto de uma religião. E o texto dialoga sobre a importância da desobediência, tanto das tradições quanto da própria religião. Um texto religioso a favor do humano sobre o divino. Corajoso.

É claro que todas as parábolas contadas , bíblicas ou não, podem ser transportadas para nossa vida. Todas nos fazem pensar demais e nos tocam. Entretanto, talvez eu não seja o público.

Primeiro porque não sou religiosa. Segundo, porque depois de doze anos de terapia, já sei lidar bem com a desobediência. E sei romper com tradições também.

Mas tem uma passagem muito bacana que diz que: "O difícil não é saber quando o certo é certo e quando o errado é errado. O difícil é saber quando o certo é errado e o errado é certo" "compreender um conceito pelo seu contrário é fotografar a alma";

No momento em que eu saí da peça pensei justamente isso: eu não sou o público. Essa peça é feita para criaturas que sempre andaram reto, fizeram o correto, presas em tradições, religiões, família, empregos, casamentos... Eu vivo no caos. No todo-lugar. No meio do mar bravo. Não nadando a favor nem contra, mas no meio da correnteza...
Eu precisava mesmo é de paz, equilíbrio, tranquilidade...

E foi aí... aí que eu percebi o caos no qual eu estou. No quanto meu cérebro roda e eu não sei como agir. No quanto eu sou livre mesmo... e precisava de pregas às vezes.

Então, foi pela peça tranquila que eu entendi meu caos.

Palmas pra peça da Alma Imoral, que eu, confundida pelo meu próprio inconsciente, nem gostei tanto.


PS - Queria deixar registrado que a minha insônia sarou. Durmo muito bem já faz pouco mais de dois meses. Talvez essas sejam as primeiras notícias de mares mais calmos...

PS 2 - Com ou sem insônia eu sonho toda noite. Sempre colorido.
Muitas vezes, com áudio.

24 novembro, 2009

Promessa é Dívida I - Precisei dividir com vocês

Ai ai ai. Promessa e dívida!

No meu post do dia 20/09 eu falei que voltava de viagem com muita história pra contar, ?


Então... onde estão the fucking stories!?!?!?

Ok... sim, elas existem. E eu vou contar.

Mas antes... ahhhh, precisei dividir com vocês!

Mas voltemos ao princípio.

Um dos lugares que eu fui foi Nova York... adorei e me diverti.

Um dos livros que li foi " A Arte de Produzir Efeito Sem Causa". Adorei e me diverti.

A ligação? Quem me indicou o livro foi o Dan. O livro é do Lourenço Mutarelli.

O Lourenço Mutarelli é um escritor incrível e, melhor de tudo, muito engraçado.

O Lourenço foi pra NY exatamente dois anos antes de mim (em Setembro de 2007). E fez um blog diário de viagem.

Ele tem posts impagáveis: Ah, comecem a leitura de trás pra frente.

Anyway... só queria dividir. As minhas histórias serão, talvez, bem menos bem escritas que as do Lourenço. Apesar de eu ter me identificado demais com as impressões dele da cidade.
Tive, muitas vezes, as mesmas sensações que ele descreve.


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Mas imprimindo agora uma impressão muito minha de NY:

Fiquei "morando" no Brooklyn. Na casa do meu Avesso / Irmão Siamês / Melhor Amigo. O Zé.

E ia todo dia caminhar em Manhattan.

Quer saber como é Manhattan?

É fácil. Imagina se todas. Todas as ruas de São Paulo fossem a Paulista.
Essa é Manhattan.

Um quadriculado perfeitamente geométrico onde todas as ruas e todas as avenidas são como se fossem a Av. Paulista

- Todas têm metrô pra todas as direções.

- Todas levam ao Central Park

- Todas têm lojas de roupas, farmácias, cinemas, vendedores ambulantes, pessoas de tudo quanto é jeito/língua/lugar do mundo.

- Todas te levam para algum Museu, Galeria de Arte, Livraria.

- Todas têm a mesma calçada.

- Todas têm muito trânsito.

... Enfim...

Todas as ruas de Manhattan, entre a rua 14 e a rua 161 e entre a 1ª Avenida e a 9ª Avenida (mais ou menos)... São como se fossem a Paulista.

Eu coleciono frases

Eu coleciono frases...

... ditos, máximas, aforismos, citações...

São literatura em gotinhas.



Coleciono há uns dez anos, mais ou menos.

Adoro todas (quase todas)

E como toda coleção... tenho ciúmes delas. E adoro mostrar pros outros. Orgulhosa.


"Você gostaria de ir em casa conhecer minha coleção de frases?"


Algumas são grandes ensinamentos. Conselhos. Outras, um insigth. Humor. Explicações.

Têm frases de grandes sábios, filósofos e cientistas. Frases de filmes, tiradas de roteiros inspirados. Frases de música. Frases de avô.
Frases tiradas de um livro, de um bate papo... últimas palavras... epitáfio.

Mas o mais legal, é que são as mesmas palavras de sempre. Só que alinhadas de uma maneira... daquela maneira!

23 novembro, 2009

O que aconteceu? ... A vida.

- O que aconteceu?

- Ué, a vida.

Esse é o diálogo entre o garoto apaixonado pela garota nem tanto, no filme 500 dias com ela.

A mocinha está contando dos seus exs... e o mocinho pergunta por que os relacionamentos acabaram...

O que aconteceu? Aconteceu a vida.


Gostei do filme. Um filminho romântico com uma narrativa, enfim!, ousada.
Sem finzinho óbvio.
Roteiro bom.
Trilha sonora perfeita!
linda, linda. Incluindo, entre outras coisas que amo, The Smiths (uma de minhas bandas inglesas dos 80's favorita)

Enfim... os diretores de videoclipe estão mesmo acertando quando se arriscam nos longas!

Fora isso. Ainda não sei.
Não sei se foi um bom momento. Ou um mau momento.
Para eu assistir 500 dias com ela.

Não sei mesmo. Saí doída do cinema.

(talvez tenha sido o pior momento. Talvez seja aquele bofetão pra vc acordar, sabe?)

O filme dialoga sobre o amor, e a paixão (essas porras importantes que, por mais se que negue e negue, é sim o que move e desmove a humanidade sobre a terra)

Parênteses a parte, o filme é sobre isso. Sobre um romântico e uma descrente no amor (a inversão é casual(?) e é bem acertada)

(CUIDADO SPOILER)

O que dói é quando a gente (junto com o pobre do protagonista) descobre que a mocinha de olho azul não é descrente no amor, e muito menos imune a paixão. A questão é que ela não é apaixonada POR ELE.

Ahhhhhhhh, incrível revelação. Tapa na cara, viu?
Esquece. Ela conhece ele. Ele conhece ela... os dias são lindos... tudo é maravilhoso... Mas...

Ahhhh não me venham com xurumelas... com convivência difícil... não acredito em casamento... está bom do jeito que está... eu te amo mas as brigas... a gente não se entende...

A questão é que um dos dois quer e o outro não. Isso significa que ela (ele) não quer mesmo. Com você! Não se iluda!

Dificuldades? hum hum... com você!
Não... mas é que... tsc tsc tsc. Com você;

Ela vai casar. Casou. (ou viajou, namorou, etc... ) mas não foi com ele.

Adorei a carga dramática pós moderna do filme romântico dos 09's
(hahaha, parece que o 90's foram ontem. né???? viu??? )

Roteirista bem ligadinho, espertinho ( é raro).
E a cena "acordei nas nuvens depois de ficar com a mina que sou completamente apaixonado" é perfeita! Uma representação ipisi literis. Impagável!

ai ai ai. A realidade é mesmo um saco.

Mas ela tá aí... na nossa cara, né.

Ainda bem que me pagam pra sair dela durante o horário comercial. O problema é que eu desacostumo com ela... demoro pra enxergar... e aí!

Mas tudo bem... tbm adoro me gabar de ver o que quase ninguém vê
(ai, que citação brega)

Anyway... quem quiser ver 500 Dias Com Ela, está recomendadíssimo

E quem quiser sair comigo pra dar umas bandas, está convidadíssimo...

porque dançar e cantar, ultimamente... está me salvando. E, me divertindo bastante. Porque depois que a realidade se mostra: "se não pode vencê-la, junte-se a ela"

Agora eu citei Pica Pau... to melhorando.

19 novembro, 2009

eu gosto de editar

Uma das coisas que eu gosto em edição, é que a gente pode ver o som

16 novembro, 2009

Sobre Catástrofes Naturais

Eu adoro filmes de catástrofes naturais. Todos. Todos eles.

Vi ontem 2012. É ótimo. Mesmo. Imperdível, mas tem que ser no cinema!

Em 2012 o presidente norte americano é negro (Danny Glover). Ele é nobre, altruísta e ajuda a salvar o mundo.

Em Impacto Profundo, o presidente norte amercicano é negro (Morgan Freeman). Ele é nobre, altruísta e ajuda a salvar o mundo.

Em o Quinto Elemento, o presidente norte amercicano é negro (Tom Lister Jr. ). Ele ...

Na verdade, Barack Obama é somente um personagem muito, muito real dos filmes de ficção científica.

POR ISSO UM AVISO!!

Preste muita atenção. É importante ver esses filmes (como também bem observou o João.) e anotar as dicas! Todas as dicas. Em todos os filmes o mundo está prestes a acabar, todo mundo vai morrer (menos um americano e o presidente dos EUA) a não ser que eles doem sua vida por um semelhante, americano.)
E sempre, sempre, só o governo americano sabe o que está acontecendo; e esconde do mundo por segurança (a humanidade não saberia o que fazer com a informação).
E sempre, sempre, algumas pessoas tentam avisar. E o destino dessas pessoas é sempre, sempre o mesmo: ou são misteriosamente assassinadas (sim, pelo governo), ou são consideradas loucas.

Sim. Os diretores desses filmes estão tentando nos avisar (e estão gastando muitos milhões de dólares para fazer isso); Nós não os consideramos loucos, mas consideramos que os efeitos especiais são ótimos (e quase ninguém assume que adora!)

Por isso eu to avisando: anotem as dicas.

Dica nº 1 - Você só, e somente só, irá sobreviver se: for norte-americano, divorciado, que tem problemas de relacionamento com os filhos, e sua esposa está casada pela segunda vez, com uma cara muito mais otário que você. Mas na verdade vcs dois ainda se amam, e só descobrem isso quando cerca de (esse n° varia ) 5 bilhões de seres humanos estiverem mortos - 2012, Dia depois de Amanha, Fim dos Tempos, Independence Day, Jurasic Park (de certo modo)

Se você não tiver esse perfil, anote as dicas que fazem com que o cara aí de cima sempre sobreviva:

Dica nº 2 - Aprenda a ficar muito tempo, mas muito tempo mesmo prendendo a respiração em baixo d´agua (geralmente tentando arrancar algo ou consertar algo) - Titanic, 2012, Jurassic Park, Impacto Profundo,

Dica nº 3 - Aprenda a pilotar veículos que não sejam apenas seu carro, eles podem salvar a sua vida. Mas só se você estiver pronto para pilotá-los: moto em Impacto Profundo, avião em 2012, uma retroescavadeira em Volcano, um jeep em Jurassic Park, e tbm um monomotor, em Jurassic Park, 2012, etc...

Dica nº 4 - não importa o que esteja acontecendo, o quanto você esteja a beira da morte ou a humanidade esteja condenada... não importa se bichos gigantescos ou forças naturais estejam descontrolados... nunca, mas nunca mesmo, perca o estilo ou se desarrume. Se você for homem, não tire o paletó, ou o colete safari... se você for mulher, nem pense em se livrar do salto alto, ou de parecer despenteada... e, se for rasgar a roupa, lembre de rasgar a saia em uma fenda na coxa ou a dez dedos acima do joelho, e a blusa, sempre num decote que deixe os seios os os braços à mostra.
Se for uma criança, lembre-se de sempre deixar pra trás um ursinho de pelúcia, um paninho da sorte, um amuleto ou um bichinho de estimação pra trás... e voltar pra buscar no pior, pior momento de todos!

Dica nº 5 - o governo americano sempre sabe de tudo e eles estão sempre mentindo. Portanto, se você vir uma barreira de militares, o problema está lá. Faça o contrário do que eles falam e acredite sempre no louco cabeludo ou no cientista com cara de nerd.

Dica nº 6 - Sempre quem irá descobrir o que está acontecendo é a pessoa mais improvável, geralmente um cientista desacreditado em seus estudos... e sempre em um local distante :
Garoto do interior em Impacto Profundo, cientista indiano em 2012, climatologista na Antártica em Dia depois de Amanha, um geólogo em uma minúscula cidade em Inferno de Dante...


Lembre-se... as catástrofes naturais estão se aproximando... o aquecimento global está aí...

Eu já estou procurando um apartamento em Campos do Jordão... em cerca de dez anos, eu terei uma varanda de frente pro mar. Se eu fosse você... ia me preparando também.

Se quiserem, eu posso postar a filmografia completa dos IMPERDÌVEIS e absolutamente sensacionais (é muito sério, eu adoro!!! ) filmes de catástrofes naturais, incluindo no pacote: fenômenos da natureza, animais extintos ou geneticamente modificados e alienígenas (esse último só vale se eles forem agressivos e estiverem subjugando o Planeta Terra.)

12 novembro, 2009

Vazio

De novo o rombo no peito.

Mas vai passar...


... espero que dessa vez passe.




Quando?

11 novembro, 2009

Apagão

Gostei do apagão de ontem.

No começo... "puxa, que aconteceu?".
Depois: "Jura? No Brasil inteiro?"
Aí... medo: roubos, transito caótico, os celulares nao funcionam... Ok, nem foi nada disso... "parece que tá tranquilo"...
"Melhor não sair agora..., sabe como é SP sem semáforo. Terra de ninguém.. todo mundo perde a cabeça... sem a luzinha vermelha / verde, nego desaprende a andar reto"

"Ok, traz outra gelada" ...
Ih, tá quente.

"Então um vinho tinto." ... Acende uma velhinha. Vou dar mais uma meia hora antes de ir pra casa.

10 novembro, 2009

...

To completamente perdida!




Completamente...





Perdida...

01 novembro, 2009

letra do Zeca Baleiro

Talvez essa seja a minha música.

Ou uma de minhas músicas...


Minha Casa
zeca baleiro
p/ vitória e manuel

é mais fácil cultuar os mortos que os vivos
mais fácil viver de sombras que de sóis
é mais fácil mimeografar o passado que imprimir o futuro
não quero ser triste
como o poeta que envelhece lendo maiakóvski na loja de conveniência
não quero ser alegre
como o cão que sai a passear com o seu dono alegre sob o sol de domingo
nem quero ser estanque
como quem constrói estradas e não anda
quero no escuro
como um cego tatear estrelas distraídas

amoras silvestres no passeio público
amores secretos debaixo dos guarda-chuvas
tempestades que não param
pára-raios quem não tem mesmo que não venha o trem não posso parar

vejo o mundo passar como passa uma escola de samba que atravessa
pergunto onde estão teus tamborins
pergunto onde estão teus tamborins
sentado na porta de minha casa
a mesma e única casa
a casa onde eu sempre morei

28 outubro, 2009

Ah!

Ah.

Hoje é meu aniversário.

Se bem que eu não gosto nada nada (nada mesmo) da ideia de envelhecer um ano. Mais um ano.

Voltei

É... voltei.

Voltei a realidade.

To sofrendo da chamada "depressão pós viagem".



Mas tenho histórias pra contar. Como prometido.

Mas só posso contar as que eu lembro. Pq, afinal de contas, eu estava na terra da cerveja. (daS cervejaS)

20 setembro, 2009

MALAS

Estou de passagem comprada!

Mas as malas ainda não estão prontas... Já falei o quanto odeio fazer malas?

Já falei o quanto amo viajar?

Vou pra Alemanha, República Tcheca e Nova York

Os posts devem ficar meio parados durante esse mês;

Mas volto com muita história pra contar!

01 setembro, 2009

As 4 coisas que mais gosto:

Comer e Viajar

31 agosto, 2009

Fazer o que, ué?

Vou fazer um post invejinha.

Hoje meu dia foi azul e ensolarado.


Acordei disposta e fiz ginástica. Sim, fiz ginástica! Inacreditável! Mas o dia pedia, corri ao ar livre (tá bom que meu folego suporta 15 minutos de corrida... mas ok)

E a tarde... Bom, quem me conhece sabe da minha paixão singular por doce, água e céu azul...

Resolvi sentar para tomar um indescretível sorvete de doce de leite, num lugarzinho lindo na Vila Madalena chamado Feira Moderna.

Em frente a uma fontezinha. Barulhinho de água, num belíssimo jardim, tomei o sorvete de doce de leite. Na frente de uma árvore seca (pé de pau. Meu namorado falou que na terra da sua família, Sul da Bahia, as árvores secas são chamadas de pé de pau. Secas, não mortas. Secas, simplesmente, porque é o momento delas estarem secas)

Pois bem... o pé de pau estava compondo lindamente com o céu azul. Um céu desonesto de tão azul. Uma cor que nem existe. Só existe mesmo no céu.

Vou ter que admitir. Para uma workaholic assumida, como eu, eu estou adorando demais meu período de desempregada! Fazer o que, ué?

Desempregada que pode tomar sorvete de doce de leite em um belo jardim, defronte a uma fonte e um pé de pau que compõe com o céu magnificamente azul... e ainda parar pra contar.

P S – Vou fazer uma porpaganda não remunerada do Feira Moderna. Um lugarzinho na Vila Madalena que vale a pena. Quando estava saindo a fofa da garçonete me perguntou:

“ Você tá sumida...”

“É... é um pouco caro pra vir sempre...”

“ É... muitos clientes falam isso”

Sim, porque senão esses clientes morariam lá, eu acho.

Ela me falou:

“Você devia vir quinta feira a noite. Tem uma banda legal, fica cheio de jovens!”

Me considerando uma legítima “jovem” disse que apareceria. Penso mesmo em aparecer!

Voltando ao preço: é um pouco caro sim, mas o PF de carne seca, com abóbora, arroz e feijão mega caseiro por 14,50 é uma ótima pedida.
E eles tem sorvetes regionais incríveis: cupuaçu, taperebá, umbú, cajá, tapioca;

Por falar em tapioca, a tapioca de queijo coalho e manteiga é de morrer!!

Um lugar pra comer com os olhos e com a boca cheia!!!!!!!!!!!!

Propagandas não remuneradas a parte. Preciso mesmo de um emprego remunerado. Fazer o que? Todo mundo precisa, né?

Mas que eu tenho um talento inacreditáel para o ócio, ahh, isso eu tenho! Conheço poucas pessoas que entendem da arte do ócio tão bem quanto eu. Posso passar meses sem fazer nada e ter um dia lotado de coisas pra fazer. Sei aproveitar como ninguém a vagabundagem... Uma pena prercisar trabalhar todos os dias...

Mas enquanto o emprego fixo não aparece... estou conhecendo como ninguém a dor e a delícia de ser ociosa em São Paulo. Mais a delícia, se me permitem.




28 agosto, 2009

Somos Humanos Desanimais

Uma vez, há bastante tempo, escrevi um poema assim:


SOMOS HUMANOS DEMAIS

Somos
Animais
Estranhos.
Somos
Humanos

Não somos
Animais
Desumanos.
Somos
Humanos
Desanimais






Eu gosto desse poema.


Lembrei dele porque recebi essa foto:

Eu gostei muito dessa foto.

Por que não tratamos os animais com respeito?

Quer dizer, por que não tratamos os animais com Amor!?!?! ( que eles merecem)


26 agosto, 2009

Coisas que eu gostaria de ter dito...

... E não disse:



- Não.

- Você é um\uma idiota!

- Por essa quantia não dá pra aceitar.

- Você acha que se eu soubesse eu teria feito?

- Me beija!

- Na verdade eu to livre. Mas eu não quero sair com você.

- O que você tá tentando compensar com esse carro enorme?

- Não... Não tá tudo bem.

- Eu não concordo em fazer um vídeo pra essa empresa.

- Você gosta mesmo de mim?

- To saindo. Nâo sei se volto.

17 agosto, 2009

Sou voluntária do Greenpeace

E to divulgando

Vamo aí. Fazer barulho!

Já pensou em participar de um protesto do Greenpeace?

O Greenpeace organiza no dia 22 de agosto, às 10 horas, seu primeiro flash
mob.


E vamos começar com todo o gás, simultaneamente, em três cidades:
São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro.


O que é um flash mob?
São aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar
uma ação inusitada previamente combinada. A idéia é que as pessoas se
dispersem rapidamente logo depois. Não toma mais que 30 minutos do seu
dia.


Nesse flash mob vamos realizar um die in, uma morte simbólica coletiva,
com duração máxima de 5 minutos. Venha com uma roupa com a qual você
possa deitar no chão.


http://greenpeacesp.blogspot.com/

Pontos de encontro:
São Paulo – Lado de fora da estação do metrô Brigadeiro (saída SESC)
Rio de Janeiro – Lado de fora da estação do metrô da Carioca (Av. Chile)
Salvador – Na frente do Colégio Sartre Coc da Graça

15 agosto, 2009

Nao é nada poético um passarinho fazer cocô

E isso é legal.


Os passarinhos não são poéticos. Nós é que colocamos a poesia neles.

Eu estou numa belissima tarde... fim de tarde, deitada na minha varanda.

As nuvens estao certinhas, redondinhas, brancas em um fundo de azul profundo. O sol, que está se pondo, desenha luzes vermelhas que saem de trás das nuvens.

A cerejeira, imensa, está parada a minha frente. Compondo a bela paisagem.

Nesse momento um passarinho de peito amarelo pousa em um dos galhos da cerejeira. Meu olhar flerta com a cena pintada.... linda... poética....

Nesse instante o passarinho, ploft!... faz um cocozinho.

Foi nessa hora que eu pensei que passarinhos, nuvens, cerejeiras, e belas tardes de por do sol não são poéticos. Nós é que colocamos poesia neles.


Aí nessa hora eu achei tudo muito engraçado. Essa mania de descrever cenas e paisagens poéticas, objetos que capturam sonhos ou situações poéticas... sendo que o mundo é só um monte de coisa viva (como o passarinho) que nem sabem que são consideradas poéticas.

E se sabem, não gostam. Os passarinhos, então, odeiam. Pois nós os achamos poéticos e lindos com seu canto e penas, que vamos lá e engaiolamos eles.

Anyway... Acho que essa coisa de poesia serve mesmo pra deixar a gente um pouco mais ansioso, louco pra viver uma vida de beleza e poesia... Sendo que a gente não vê que o mais legal da cerejeira é dar cerejas e não "ser estrondosa e compor com o por do sol alaranjado".

E, que com ou sem poesia, prisão de ventre é terrível, e nesses casos, fazer coco é a coisa mais incrível que pode acontecer a voce. Mais do que uma noite de lua cheia, estrelas e um beijo apaixonado em Bali.

E que o passarinho tava certo. Ele pousou na árvore para comer algumas cerejas, e fazer um cocozinho. Quem estava descrevendo a cena poética no momento era eu. E ele não tem nada a ver com isso.

11 agosto, 2009

Cachoros Gigantes do Chile

Fomos para o Chile. Cássio e eu.

Sempre com seu olhar observador e atento, ele reparou que os cachorros do Chile eram gigantes.

Ou, ao menos, maiores que os nacionais.

Eu não reparei. Nem percebi quando ele comentou.
Reparei apenas que eram muitos. Muitos cachorros de rua espalhados por Santiago, Puccon e San Pedro. Como numa cidadezinha de interior por aqui.
Reparei também que o Chile é um país irretocável.

O Cássio, fascinado com a descoberta, fotografou alguns cachorros chilenos.

Para mim eles continuavam cachorros normais. Com a diferença que atendiam em espanhol.

Também reparamos que eles eram bem tratados. Sei lá... talvez tenha sido as situações que observamos... Mas nos pareceu que os chilenos se davam muito bem com seus cachoros gigantes;


O que não era muito de se estranhar, já que os chilenos se mostraram um povo extremamente simpático, agradável, educado e receptivo conosco.
O que tbm pode ser explicado pelo fato de que os chilenos de Santiago acordam todos os dias e avistam exuberantes picos nevados dos Andes. Os chilenos de Puccon acordam e diariamente se deparam com o maravilhoso vulcão Villarrica (que solta fumacinha) e podem relaxar em águas vulcânicas super aquecidas antes de dormir... e os chilenos de San Pedro de Atacama... bom... eles simplesmente nasceram em um dos lugares mais mágicos do mundo.

Eu não vou ousar escrever uma palavra sequer para descrever a absolutamente fabulosa paisagem chilena. Isso seria uma afronta. Existem coisas que simplesmente não se escreve.

Mas volto às situações com cachorros (gigantes?) que envolvem os amigáveis latinos do pacífico.


Certo dia caminhávamos pela rua de noite... frio... ventinho gelado... após algumas taças do delicioso tinto chileno. Passamos por um ponto de ônibus. Lá havia um vira-lata sentado (esperando o coletivo?).
O ônibus parou, abriu as portas e o cachorro entrou. Entreolhamo-nos.
Passaram-se alguns segundos e um homem, gentilmente, pediu ao cachorro que se retirasse.
Uma pena - pensamos - não foi dessa vez que um ônibus parou para dar carona a um morador de 4 patas.

Entretanto, gostamos da gentileza que o chileno pediu ao cachorro para descer. Nada de chutes nem gritos.

Em outra ocasião o cachorro estava deitado de atravessado na porta de uma lanchonete. Eis que um senhor abre a porta. Ele não só deixa o cachorro quieto onde está, como pula o bicho, para não incomodá-lo.
Minutos depois, uma mulher aparece à porta e premia o bicho com algo de comer.


Sim, o Chile é mágico. E nossa viagem não foi um turismo canino. Esse é só um detalhe. Detalhezinho...

Mas eu aprendi por aí a valorizar o charme dos detalhes.

















E o charme absoluto do Chile

Como disse um turista francês que largou tudo para olhar estrelas no deserto do Atacama:

"O Chile é um país lindo e organizado. Colocou todo o oceano de um lado e todas as montanhas do outro."
Por que não consigo passar uma tarde sequer sem comer algo doce?

10 agosto, 2009

por aí...

Aprender pessoas que me ensinam.
Ensinar.
Conhecer pessoas e coisas novas.
O que eu aprendo com quem conheço.
A descoberta, o susto, o novo.
O que eu aprendo com as pessoas que conheço pela vida
Uma música
Uma história, uma curiosidade
Aprender a rir, a chorar, a gargalhar, apender a beber, a comer, a ter prazer, a dar prazer.
Me ensinaram a ler, a saber o que ler, a escolher o que ler, a saber criticar o que ler.
Aprendi a desconfiar
A odiar
A gritar
A querer arrancar

O que me apaixona é querer saber o que de novo eu vou aprender e com quem.
Descobrir paradoxos desconexos, descontentos nas pessoas que me olham, como olham, o que falam, como falam. Se não falam o que calam. e me calam.
Me calaram. ( por aí...)

06 agosto, 2009

qdo o homem chegou na Lua


Gostei dessa foto montagem piadinha

03 agosto, 2009

Braço

Eu sei descrever um braço,

Mas não o seu braço.


Seu braço eu só sei sentir, apertar.

Na verdade, nem sei...

Seu braço me suga.

Me amolece.

Me aquece.

Gosto do seu braço assim,

Pesando sobre mim.


Quando seu braço, esnobe, me esquece.

Eu sinto um frio quente de ciúme.

Mas quando reaparece,

E me espreme. Sufoca. Me faz suar...

Eu sinto saudades de saber quem sou!

30 julho, 2009

Uma pequena crise

Daí eu andei lendo umas coisas por aí...

Nem tudo publicado, não. Uns blogs bons a beça! Bons demais!

E fiquei pensando o que eu estou fazendo aqui... cara, acho que tá na hora de eu parar de escrever e ler muito mais. Tem coisa muito boa.
O que estou fazendo? Eu?

Nada a ver.

21 julho, 2009

Marçal

"Dona Jane sai na varanda, aspira o ar perfumado e espia o azul do céu se degradando em tons de ocre e violeta. Faz um elogio à beleza da tarde. É tocada pela graça do momento. Viaja para um lugar bem distante dali, por uns segundos se retira para o interior macio de algum sonho. O careca, inoportuno como sempre, a resgata:

Me diga uma coisa, dona Jane.

Ela demora um pouco a pousar de volta na varanda. Porém a sutil mudança em sua expressão mostra que captou o ruído indesejável que se intrometeu entre ela e o sonho. A voz do careca rompeu a conexão com algo precioso, e isso a irrita.

Sobrou?

Sobrou o quê, seu Altino?

Ora, o quê. Sobrou a maniçoba pro jantar?

A oportunidade de retaliação surge, inesperada. Uma luz de prazer visita o rosto de dona Jane. Ela contém o riso a custo.

Não, não sobrou.

Nada?

Nada.

Ver a cara de decepção do careca é pouco para satisfazer dona Jane. Ela tripudia, impiedosa:

Em casa, minha mãe sempre falava: quem não se contenda comendo, nem lambendo. O senhor conhecia essa?

O careca não responde. Prefere refugiar-se na lembrança, é um grande especialista nisso. Ele põe as mãos micóticas sobre a barriga e em seu rosto surge uma expressão de regozijo. Chega a estalar a língua.

Ah, como estava bom.

Apoiada na grade, dona Jane levanta o pé esquerdo do chinelo e o descansa na canela direita, enquanto olha crepúsculo e tenta reconciliar-se com o devaneio interrompido.
Não consegue, o instante esfumou-se. Fechou-se o acesso a qualquer outra dimensão que não seja a tarde enjoativa de tão perfumada, a varanda precisando de pintura, o casario encardido do beco. O jeito é contentar-se com o real em movimento: a moto que sobe a rua e passa estrepitosa pela frente da pensão. Antes de voltar para dentro, ela diz ao careca:

Eu estava brincando, seu Altino. Guardei um pouco pro senhor.

O sorriso de felicidade dele tem mais de um palmo. E seu olhar outro tanto de gratidão legítima. As alegrias miúdas, que servem como pequenas recompensas por continuarmos vivos depois de depor as armas."



Esse é um trecho do livro do Marçal Aquino que eu to lendo agora.
O livro todo é bom. Muito bom;
Mas esse trechinho, que li ontem, me tocou especialmente.

Sou uma especialista em devaneios. Os amo, e os odeio. E os perco de vez em quando, e me perco neles o mesmo tanto. Me dói quando o real me puxa de dentro deles.. me irrita tbm... me conformo.
Tbm, vira e mexe, tendo à um refúgio na lembrança. Quem não?

Os devaneios são perigosos pra mim. Muito perigosos.
Mas me salvam tanto quanto me expõem ao perigo.

Assim como a leitura.

Ah! Livro chama-se “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”

16 julho, 2009

verdade?

Será que minha vida não é de verdade?

Será que é de mentira?

15 julho, 2009

Sobre um belíssimo filme francês

Ontem eu assisti o filme Bem Vindo, de Philippe Lioret. Um filme lindo. Irretocável.
Um filme sobre um imigrante ilegal na França. E sobre um francês que tenta ajudá-lo.

Sim, é mais uma história sobre o problema da imigração ilegal em países europeus. Mas não é mais uma historia sobre isso.
É UMA historia.

E uma historia escrita com simplicidade, com olhares, com gestos, ações e poucas palavras.

É a história de um francês que tem uma boa vida na França, mas é triste. Perdeu o motivo.
E é sobre um iraquiano com uma péssima vida na França. Mas que tem um motivo. Está apaixonado. É uma história sobre um homem que achou no motivo do garoto o seu motivo. A sua obstinação.

Estou lendo um livro chamado Story. Um livro sobre teoria de roteiro de um autor chamado Robert Mackee.

Robert Mackee fala que o cinema está carente de boas histórias (estórias).
Sobra tecnologia, efeitos, personagens, diálogos obscuros e bem escritos, descrições litúrgicas. Mas faltam historias.

Em uma passagem que me chamou muita atenção Mackee fala o seguinte:
“O mundo hoje consome filmes, romances, teatro e televisão em tanta quantidade e com uma fome tão voraz que as artes da estória viraram a principal fonte de inspiração da humanidade, enquanto ela tenta organizar o caos e ter um panorama da vida. (...)

A estória não é uma fuga da realidade, mas um veículo que nos carrega em nossa busca pela realidade, nossa melhor tentativa para descobrir algum sentido na anarquia da existência.

Ainda assim, enquanto o alcance expansivo da mídia nos dá a oportunidade de mandar estórias através das fronteiras e linguagens para centenas de milhões, a qualidade geral das estórias vem se desgastando.(...)
Na maior parte do tempo cansamo-nos de sair do cinema suavizando nossa decepção com “mas a fotografia estava linda...”
Robert Mackee

Quantas vezes você não elogiou a fotografia de um filme? E só a fotografia?
O que nos pega em alguns filmes, geralmente, é apenas a estética, a história não nos captura.
(Parece que já vimos aquilo milhares de vezes.)

Sim, todas as histórias do mundo já foram contadas. Isso porque historias são contadas sobre humanos, por humanos (demasiado humanos). O que faz uma historia não é o que se conta. Mas como se conta.

Philippe Lioret contou mais uma história de um menino ilegal em um país estrangeiro. Mas contou de sua forma. Uma forma humana que fala com o coração de qualquer pessoa que assista ( fala de sentimentos universais)

Esse filme me mostrou o que eu já desconfiava. Que roteiros são feitos de palavras. Mas filmes são feitos de olhares, de atores e atuações, feitos de gestos, de sorrisos e de silêncios. Não de diálogos apenas. Não de narrações.

As letras inspiram os filmes. E os filmes podem nos inspirar a escrever. E podem nos inspirar a agir, ou sentir. Filmes são feitos de sentimentos humanos, para instigar sentimentos que não tínhamos sentido antes. Filmes falam de sentimentos para apontar sensações.

Foi o que Mackee tentou dizer. Foi o que Philippe Lioret mostrou. Foi o que aconteceu com a França depois de Bem Vindo (o filme instigou discussões sobre mudanças na lei de imigração no pais)

Outros filmes panfletários não fizeram isso. Porque Bem Vindo não fala de política. Fala de pessoas.






Esse post é sobre o filme de Philippe Lioret, sobre o livro de Robert Mackee, e tbm sobre um dia perfeito.
A manha tranqüila ao lado da minha mãe e dos meus cachorros. O papo gostoso com a kel no telefone...
Esse post é sobre ir dormir pensando que é desses retalhos de momentos que tecemos essa coisa que chamamos de vida.

10 julho, 2009

Contas

Fazendo as contas do dia de hoje:

- Acordei cedo ( muito cedo) para ir a um novo psicanalista ( mais um) - ele me confundiu mais do que ajudou. Gostei dele. Mas a sessão é muito cara.
Comi as balas que estavam na sala de espera e me perdi no caminho de volta.

- Voltei com sono e com preguiça

- Ainda não consegui um contador e nem cheguei perto de abrir uma empresa em meu nome pra poder fazer freela.
O contador que me indicaram me falou que não faz mais serviços de contabilidade desde 2000. Novebro de 1999, para ser mais exato ( acho que contadores gostam de exatidão).
Ele agora trabalha pro RH de uma Multinacional ( foi o que ele me disse).

- Por falar em RH... Continuo sem emprego. E sem vista de emprego.
Não posso fazer freelas sem empresa. E não posso abrir empresa sem contador.

- Fiz uma gororoba envolvendo macarrão, manteiga, sardinha e peito de peru para eu almoçar.

- Precisava entregar um projeto que eu ainda não comecei. Não comecei às 10h, não comecei às 11:30h, não comecei às 13h, não comecei às 14:15h. To morrendo de preguiça de começar.

- Não liguei pro cara para qual eu to devendo um projeto (outro). Preciso ligar ou ele vai achar que eu não to ligando... ( hum... isso foi um trocadilho?)

- Em compensação assisti, pela terceira vez, Clube da Luta. E cada vez é melhor.

- Fumei um cigarro e tomei um copo de Coca Cola.

- Eu não gosto muito de Coca Cola, eu não gosto de ficar com preguiça, eu não gosto de não fazer as coisas que eu devia fazer. Eu não gosto de passar um dia me sentindo um pouco culpada por não ter feito absolutamente nada.

- Eu gosto de ver filmes bons no meio da tarde, eu gosto de cozinhar para eu comer, eu gosto de passar muito tempo jogada no sofá, eu gosto de fumar um cigarro junto com a minha irmã e, pra ser bem sicera, eu gosto de não fazer absolutamente nada.

09 julho, 2009

Hoje eu acordei feliz.

07 julho, 2009

Só para constar:

Só para constar:

Gostei muito da escrita do Daniel Galera. Gostei tbm de seu romance... fiquei presa e li em 3 dias. Inspirador... gostoso... me identifiquei demais.

Achei extremamente autobiográfico. Apesar de não saber nada da vida do Galera.

Não gostei do filme do Beto Brant baseado no seu outro livro "Até o dia que o Cão Morreu".
Não li esse livro. Geralmente gosto mais dos livros que dos filmes baseados. Como a maioria das pessoas (das que efetivemente leem os livros)

Mas no caso do filme, achei ruim e pronto. Só isso.

Lerei o livro pra julgar.